Desenvolver produtos alimentares a partir das plantas aromáticas e medicinais, designadamente para venda directa ao consumidor, apresenta-se hoje como um desafio que muitos produtores gostariam de abraçar.
Esta opção implica lidar com diferentes aspectos (processamento, segurança, normas, procedimentos, marketing, etc.) que vão para além do conhecimento já detido, nem sempre sendo fácil aceder a informação útil, a que acresce a indisponibilidade de formação especializada.Â
É este o foco do projecto Herbartis, no âmbito do qual se realizou um trabalho de levantamento inicial de informação que se apresentará em colecção de relatórios (em inglês).
O primeiro desses relatórios, disponÃvel aqui, dedica-se, em modo resumido, à s especificidades da produção artesanal de alimentos à base de plantas.
Foram coligidos dados sobre as normas técnicas e legais de elaboração e venda, ambiente de trabalho, qualificação dos trabalhadores, etc, e elaborada uma base de dados de agentes do sector, referente à s regiões envolvidas no projecto: Piemonte e Ligúria, na Itália; Catalunha, em Espanha, Alentejo, em Portugal, e Provence-Alpes-Côte d’Azur, em França. Realizou-se também uma recolha de informação, junto de produtores de PAM, sobre necessidades de formação em matéria de processamento e comercialização das plantas (ver notÃcia).
Em Portugal, não havendo legislação especÃfica para a produção de plantas aromáticas e medicinais, tem-se como referência a legislação europeia. Juntou-se, neste levantamento, a legislação sobre o Estatuto do Artesão e da Unidade Produtiva Artesanal, em que se inclui a actividade de Produção e Confecção Artesanal de Bens Alimentares, a que se ligará especialmente a formação produzida com o projecto Herbartis.
No que respeita à informação sobre produtores e outros agentes ligados à fileira das PAM, foram utilizados, como fontes para o levantamento, a lista dos produtores inscritos no Mapa EPAM e os dados de outras entidades com as quais se trabalhou no âmbito dos projectos MEDISS e EPAM.
Para se determinar as necessidades de formação sentidas pelos produtores em matéria de elaboração de produtos à base de plantas aromáticas e medicinais, foi construÃdo um inquérito que, no caso de Portugal, se optou por dirigir a todo o paÃs, através de divulgação no site epam e em particular com convite, por email, à participação a todos os inscritos no Mapa EPAM.
Uma vez que para o relatório acima referido apenas foram considerados os dados respeitantes ao Alentejo, deixamos, em baixo, alguns resultados obtidos com o inquérito ao nÃvel nacional, no qual colaboraram 37 produtores, 34 dos quais produzindo em modo biológico, 2 em produção integrada e 1 em convencional.
A lúcia-lima é, de longe, a planta mais vezes referida como a mais representativa, nas explorações objecto do inquérito, cujas produções se destinam maioritariamente a ervanárias e à indústria alimentar.
No que respeita aos temas em que os produtores respondentes mais gostariam de receber formação, é de salientar o facto de que atravessam todas as áreas de actividade, dentro da exploração: da produção à comercialização, passando também por matérias ligadas à transformação das plantas aromáticas e medicinais.
Aproveitamos para referir que uma parte significativa daqueles temas será abordada no curso em formato b-learning a realizar durante o projecto Herbartis e a anunciar muito brevemente.